21.10.11

Regressamos ... para continuar a caminhar!



Ribeira de Pena é um dos locais onde mais gostamos de calcorrear trilhos, viver emoções e reviver momentos de franca camaradagem.
Prevista a inundação do vale onde o Tâmega "preguiçosamente" se desloca fazendo desaparecer entre outros pontos de interesse cultural, a Ponte de Arame e a Ilha dos Amores, decidimos percorrer de uma só vez o PR1-Caminho do Abade e o PR2-Levada de Santo Aleixo.
O tempo estava convidativo e partindo da Igreja Matriz de Ribeira de Pena, descemos até Friúme, atravessamos mais tarde a Ponte de Arame e em Santo Aleixo de Além Tâmega continuamos pelo PR2 seguindo por Serrado e Vale da Lança, iniciando ali  a Levada de Santo Aleixo que acompanhamos até ao Vale Escuro.
Após uma paragem para repor energias, sempre concluidas com o já célebre "bagacinho" do Jacinto, retomamos o caminho, seguindo sobre as estreitas paredes do canal. Foi um dia de recolha de frutos silvestres ao longo dos muitos kms. Castanhas, uvas, medronhos, laranjas, pêssegos, tudo servia para saciar os desejos  comestíveis de muitos dos nossos companheiros.
Tudo decorria normalmente com a alegria geral de percorrer locais com paisagens de uma atractiva beleza, onde centenas de castanheiros sorriam despejando dos seus ouriços maravilhosas castanhas que todos aproveitavam para saborear.
Numa curva do canal, eis que surjem os primeiros acidentes.
A Rosa Aurora pisa uma perna de forma violenta, a Lurdes Silva cai e fica com um joelho em péssimo estado e o Jacinto escorrega caindo violentamente sobre o parapeito do canal, ficando muito maltratado nas pernas, nos cotovelos e sendo posteriormente  diagnosticada uma costela fracturada.
São estes momentos que nos fazem sentir sempre um pouco desolados, mas fazem parte dos riscos que assumimos correr, percorrendo locais onde por vezes somos atingidos por acidentes.
No entanto o Jacinto, especialmente, mas todos os que de uma forma mais ou menos violenta sofreram quedas, enfrentaram esses momentos com coragem denotando uma vontade firme de não ceder perante a adversidade.
Terminamos confraternizando no parque de Bragadas, regressando a casa para tratar as mazelas e guardar na mochila mais algumas (boas e menos boas) recordações destes momentos montanheiros.
Ao fundo do desfiladeiro o rio Beça corria impetuoso, deixando ouvir o som encantador das suas águas caindo das cascatas do seu leito. Seguia rumo ao seu destino, tal como nós sempre fazemos...


Até à próxima Caminhada!